Menina fuça daqui, menino fuça de lá, e não é que a turma da Rua do Beco descobriu uma passagem mágica para um sei lá que lugar?! Mas nesse país diferente para onde nossos amiguinhos vão, a encrenca está correndo solta. A rainha foi retirada do poder, o General agora é General Presidente e tudo acabou ficando ainda pior do que o ruim que já era.
Nesse território tão especial, onde os que vêm de fora são chamados de Alices e a poesia tem poderes mágicos, o tempo corre na velocidade da imaginação. E a Turma do Buraco do Beco vai ter que ser esperta para não cair nas garras do General Presidente e encontrar o caminho de volta para casa. Mas nada sem antes ajudar os Camaleões (como é chamado o povo de lá) a mudar tudo de ruim para construir um país muito melhor para todos.
Alices e Camaleões é uma das peças comemorativas aos 40 anos de atividade do Teatro Vila Velha (Salvador, Bahia). Por isso seu interesse por aspectos do governo militar implantado no Brasil a partir do Golpe de 1964. Um regime que, por coincidência ou ironia, nasceu quase ao mesmo tempo em que era inaugurado o Teatro Vila Velha, uma casa de espetáculos que prima pela liberdade de expressão e criação.
O conturbado panorama geopolítico mundial (tão sempre impositivo e excludente) também traz elementos à montagem que, em sua primeira versão (2004), levou ao palco 21 crianças e jovens intérpretes, com idades entre 7 e 16 anos.