A COMPANHIA NOVOS NOVOS 

Grupo fundado no ano de 2000 pela atriz, diretora, educadora e pesquisadora Débora Landim 

Sua história de criação está liga à trajetória do Teatro Vila Velha (TVV, o Vila), importante equipamento artístico de Salvador (Bahia), inaugurado em 1964 pela Sociedade Teatro dos Novos, formada por alunos dissidentes da Escola de Teatro da UFBA. O princípio da Companhia Novos Novos teve grande incentivo do multiartista Marcio Meirelles, um dos responsáveis pela revitalização do TVV e sua reabertura em 1998; e da escritora, produtora e atriz Sonia Robatto, integrante da Sociedade Teatro dos Novos. Ambos participaram e colaboraram em vários projetos da companhia, em diferentes frentes. Mas é o fazer de oficinas de teatro para crianças, em projetos desenvolvidos e ministrados por Débora Landim no Vila, no período de 1997 a 2000, que foi o fio que entrelaçou essas diversas teias criativas.

A peça Pé de guerra (2000), direção e adaptação de Marcio Meirelles para o texto de Sonia Robatto, ao integrar ao seu elenco um núcleo infantojuvenil formado pelos integrantes das oficinas de teatro do TVV, tornou-se o vir a ser estruturante que possibilitou o surgimento da primeira companhia de teatro com crianças desse icônico espaço das artes. Nasceu, assim, a Companhia Novos Novos, que traz em seu nome uma homenagem ao grupo fundador do Teatro Vila Velha, a Sociedade Teatro dos Novos. 

Dessa forma, a Companhia Novos Novos surge em um ambiente no qual a função social da arte é matéria de grande atenção, somando-se a uma pesquisa de linguagens e experiências que resultam em encenações que buscam interferir positivamente na realidade.

A Novos Novos tem um repertório dedicado ao público infantojuvenil. Coloca em seus trabalhos discussões pertinentes ao mundo contemporâneo, criando peças teatrais nas quais ludicidade, poesia e temas como tradição, respeito, necessidade de se impor contra preconceitos e desigualdades, empenho e poder de superação são destacados, sempre enfatizando a urgente necessidade do humano se posicionar frente ao seu tempo, e se posicionar de maneira construtiva e emancipadora. Então, as encenações também são feitas para os adultos, pais e responsáveis pelas crianças que acompanham naquele momento de fruição de arte. É esse um dos desafios que escolhemos na Novos Novos: realizar espetáculos para crianças e jovens, mas que tenham a capacidade de também acessar os adultos, trazê-los a esse outro lugar de simbologia transformadora que é o teatro. 

Em diferentes processos de criação, a artista-encenadora Débora Landim, os artistas-colaboradores, as crianças e os jovens integrantes da Novos Novos construíram para circuitos artístico-comerciais as peças teatrais (em ano de estreia): Imagina só… Aventura do fazer (2001), Mundo Novo Mundo (2003), Alices e Camaleões (2004), Diferentes iguais (2006, com estreia em Manchester, Inglaterra, no Festival Contacting the World), Ciranda do Medo (2007), Paparutas (2012), e Caderno de Rimas do João e Sem Rimas da Maria (2017). Além disso, foram elaborados projetos em conjunto com entidades, comunidades e a rede pública de ensino – como performances e peças teatrais -, que foram apresentados em parceria com o Centro de Pesquisa Moinhos Giros de Arte, de forma gratuita, a milhares de estudantes, com destaque para adaptações para o teatro de textos do escritor Jorge Amado – O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá e Capitães da Areia (ambos encenados em 2013) –, além da peça inédita Ser criança não é brincadeira (2014). 

A Novos Novos é material para três livros publicados. Um deles traz as três primeiras peças teatrais do grupo (3XNovosNovos); um segundo registra o texto de Diferentes iguais; e há um trabalho teórico sobre o fazer da companhia, A cena da Novos Novos: Percursos de um teatro com crianças e adolescentes. Esse livro parte da dissertação de mestrado de Débora Landim (Escola de Teatro, UFBA) e imerge nas referências sobre o entendimento histórico da necessidade de um teatro com e para crianças e jovens, trazendo à discussão a experiência da Novos Novos. 

O grupo tem atenção especial para com as trilhas sonoras de suas peças. Todas as suas montagens trazem músicas especialmente criadas para o projeto e que, na maioria das vezes, são apresentadas ao vivo, enriquecendo a cena.

A companhia, em seu trajeto, vem estabelecendo diferentes pontes artísticas com grupos e entidades de outros estados do Brasil e também internacionais, como as inglesas Lift – London International Festival of Theatre (Londres); Project Pakama (Londres); Contacting The World (Manchester), Leicester Theatre (Leicester) e a argentina Defensores Del Chaco (Buenos Aires). 

Essa construção é realizada por Débora Landim em parceria com  artistas que se engajam aos projetos de variadas formas e em diferentes tempos. Há quem tenha influenciado na criação do grupo, outros seguiram por boa parte da construção do repertório, e ainda outros tiveram participações pontuais em uma ou outra peça. Ao fim, vários foram os artistas e educadores que, de alguma forma, contribuíram, parceiros que são elencados no material dessa plataforma, por vezes nas fichas técnicas dos espetáculos que participaram, ou em material gráfico, ou nos textos e aba Artistas Colaboradores.

O trabalho da Companhia Novos Novos resultou em prêmios e indicações a prêmios. Suas peças foram indicadas aos prêmios Bahia Aplaude/Braskem de Teatro, nas categorias melhor espetáculo infanto-juvenil (três vezes), melhor texto infanto-juvenil (quatro vezes), categoria especial (duas vezes, uma pelo figurino e outra pelas coreografias), melhor ator (uma). Ganhou um Bahia Aplaude na categoria melhor espetáculo infantojuvenil, com Imagina só… Aventura do fazer (2001) e a categoria especial do Braskem de 2007 pelas coreografias de Lulu Pugliesi para Ciranda do Medo.

Esta plataforma (novosnovos.com.br) funciona como lugar de se contar a história da Companhia Novos Novos e seu reverberar. Aqui você encontra registros em foto e vídeo dos projetos e encenações, matérias diversas feitas com o grupo em veículos da imprensa, enfim, a trajetória dessa trupe que, desde o ano 2000, produz teatro e arte para e com crianças e jovens de realidades diferentes, na busca pela construção de um futuro mais justo, igualitário, inclusivo, humanista e artístico.

O projeto Cia. Novos Novos: Caminhos e Memória, que viabiliza esta plataforma, tem apoio financeiro do Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura e da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultural do Ministério do Turismo, Governo Federal.

UM TANTO DE NOSSA HISTÓRIA:

ESPETÁCULOS INFANTOJUVENIS (REPERTÓRIO, ano da primeira encenação)

  • Imagina só… Aventura do fazer (2001);
  • Mundo Novo Mundo (2003);
  • Alices e Camaleões (2004);
  • Diferentes iguais (2006, estreia em Manchester, Inglaterra, no Festival Contacting the World);
  • Ciranda do Medo (2007);
  • Paparutas (2012);
  • Caderno de Rimas do João e Sem Rimas da Maria (2017).

ESPETÁCULOS INFANTOJUVENIS (REPERTÓRIO, projetos para rede pública de ensino)

  • O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá (2013);
  • Capitães da Areia (ambos de 2013); 
  • Ser criança não é brincadeira (2014). 

PARTICIPAÇÃO EM EVENTOS INTERNACIONAIS

  • Rights and Roles of Young People as Art Makers, Londres, 2003. Organização do London International Festival of Theatre;
  • Intercâmbio Criativo Cultural entre América do Sul e Reino Unido, em Buenos Aires/2006. Instituição promotora: Defensores Del Chaco;
  • Leicester Theatre , intercâmbio cênico entre a Cia. Young Blood e Novos Novos/2006;
  • Contacting The World, Manchester/2006, Festival Internacional de Teatro Jovem. Organização do Contact Theatre/2006.

PRÊMIOS E DESTAQUES

  • 2001 – Imagina só… Aventura do fazer, Prêmio Copene de Teatro como Melhor Espetáculo Infantojuvenil;
  • 2004 – Indicada ao Prêmio Braskem de Teatro com o espetáculo de teatro infantojuvenil Alices e Camaleões;
  • 2006 – Indicada ao Prêmio Braskem de Teatro 2006 com o espetáculo infantojuvenil Diferentes Iguais;
  • 2007 – Indicada ao Prêmio Projetos Inovadores na América Latina e Caribe/2006 Financiador: Cepal e Fundação Kellogg;
  • 2007- Prêmio FUNARTE Myriam Muniz de Teatro (financiamento) com o espetáculo infantojuvenil Ciranda do Medo;
  • 2008 – Prêmio Braskem de Teatro 2008, na categoria Revelação (coreografias de Lulu Pugliesi) com o espetáculo Ciranda do Medo;
  • 2012 – Indicada ao Prêmio Braskem 2012 com o espetáculo Paparutas. 

PROJETOS DE FORMAÇÃO PARA AS ARTES

  • Projeto Vila Novos Novos – Oficinas de capacitação;
  • Artes e Pontes – Intercâmbio artístico internacional;
  • Escola no Teatro – Apresentação de espetáculos para alunos da rede pública de ensino da Bahia;
  • Falavilinha – Palestras e seminários;
  • Oficinas livres – Workshops de teatro;
  • Encontros com Arte – Exposição plástica e performance.

PARTICIPAÇÃO EM FILMES (preparação de elenco, integrante de elenco etc.)

  • Eu me lembro – direção Edgard Navarro;
  • Esses moços – direção José Araripe Junior;
  • Piruetas – direção Paula Gomes e Haroldo Borges;
  • Caçadores de Saci – direção Sofia Federico;
  • Estranhos – direção Paulo Alcântara;
  • Ó PAÍ, Ó – direção Monique Gadembergue;
  • O menino das meias vermelhas – direção Léo Fonseca e Gillian Queiroz;
  • Meninos – direção Paula Gomes e Haroldo Borges;
  • 10 Centavos – direção Cesar Fernando;
  • Pau Brasil – direção Fernando Beléns;
  • O Jardim das Folhas Sagradas – direção Pola Ribeiro;
  • Trampolim – direção João Mattos;
  • Doido Lelé – direção Ceci Alves.